domingo, 20 de abril de 2008

CADEIA ALIMENTAR

Cadeia alimentar - é a maneira de expressar as relações de alimentação entre os organismos de uma comunidade/ecossistema, iniciando-se nos produtores e passando pelos herbívoros, predadores e decompositores, por esta ordem. Ao longo da cadeia alimentar há uma transferência de energia e de nutrientes(a energia diminui ao longo da cadeia alimentar), sempre no sentido dos produtores para os decompositores. No entanto, a transferência de nutrientes fecha-se com o retorno dos nutrientes aos produtores, possibilitado pelos decompositores que transformam a matéria orgânica em compostos mais simples, pelo que falamos de um ciclo de transferência de nutrientes. A energia, por outro lado, é utilizada por todos os seres que se inserem na cadeia alimentar para sustentar as suas funções, não sendo reaproveitável. Esse processo é conhecido pelos ecologistas como fluxo de energia.
A posição que cada um ocupa na cadeia alimentar é um nível hierárquico que os classifica entre produtores (como as plantas), consumidores (como os animais) e decompositores (fungos e bactérias).
Porque freqüentemente cada organismo se alimenta de mais de um tipo de animais ou plantas, as relações alimentares (também conhecidas por relações traficas) tornam-se mais complexas, dando origem a redes ou teias alimentares, em que as diferentes cadeias alimentares se inter-relacionam.
O primeiro nível trófico é constituído pelos seres autotróficos, também conhecidos por produtores, capazes de sintetizar matéria orgânica a partir de substâncias minerais e fixar a energia luminosa sob a forma de energia química. Os organismos deste nível são as plantas verdes, as cianófitas ou cianofíceas (algas verde-azuladas ou azuis) e algumas bactérias que, devido à presença de clorofila (pigmento verde), podem realizar a fotossíntese. Estes organismos são também conhecidos por produtores primários.
Os níveis seguintes são compostos por organismos heterotróficos, ou seja, aqueles que obtêm a energia de que precisam de substâncias orgânicas produzidas por outros organismos. Todos os animais e fungos são seres heterotróficos, e este grupo inclui os herbívoros, os carnívoros e os decompositores.
Exemplo de teia alimentar da Ilha do Urso.
Os herbívoros são os organismos do segundo nível trófico, que se alimentam diretamente dos produtores (por exemplo, a vaca. Eles são chamados de consumidores primários; os carnívoros ou predadores são os organismos dos níveis tróficos seguintes, que se alimentam de outros animais (por exemplo, o leão). O carnívoro, que come o herbívoro, é chamado de consumidor secundário. Existem seres vivos que se alimentam em diferentes níveis tróficos, tal como o Homem que inclui na sua alimentação seres autotróficos, como a batata, e seres herbívoros como a vaca).
Os decompositores são organismos que se alimentam de matéria morta e excrementos, provenientes de todos os outros níveis tróficos. Este grupo inclui algumas bactérias e fungos. O seu papel num ecossistema é muito importante uma vez que transformam as substâncias orgânicas de que se alimentam em substâncias minerais. Estas substâncias minerais são novamente utilizáveis pelas plantas verdes, que sintetizam de novo matéria orgânica, fechando assim o ciclo de utilização da matéria.
Fluxo de matéria e energia em uma teia alimentar.
Pirâmide de energia de uma comunidade aquática. Em ocre, a produção líquida de cada nível; em azul, respiração, a soma à esquerda é a energia assimilada.
Ao longo da cadeia alimentar há uma transferência de energia e de matéria orgânica. Estas transferências têm aspectos semelhantes, uma vez que se realizam sempre dos autotróficos para os níveis tróficos superiores (herbívoros, carnívoros e decompositores), mas existe uma diferença fundamental: os nutrientes são reciclados pelos decompositores, que os tornam disponíveis para os seres autotróficos sob a forma de minerais, fechando assim o ciclo da matéria, enquanto a energia, que é utilizada por todos os seres vivos para a manutenção da vida, é parcialmente consumida em cada nível trófico. Assim, a única fonte de energia num ecossistema são os seres autotróficos e, simultaneamente, todos os seres vivos dependem dessa energia para realizar as suas funções vitais. Como apenas uma parte da energia que chega a um determinado nível trófico passa para o nível seguinte: apenas 10% da energia de um nível é produzido a partir do próximo, o que geralmente restringe o número de níveis a não mais do que cinco, pois em determinado nível à energia disponível é insuficiente para permitir a subsistência.


Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Carn%C3%ADvoro

TEIA ALIMENTAR

Você, como a maioria dos animais, consegue viver graças à ENERGIA que adquire a partir dos alimentos que consome. Esta energia dá a capacidade ao seu corpo de executar todas as funções necessárias para sua sobrevivência. Esta energia é transferida ao longo de uma cadeia ou de uma teia alimentar.
Alguns exemplos de transferência de energia que ocorrem em um riacho são apresentados abaixo. Nestes exemplos você tem “o que é comido” (o alimento) ligado a “quem o consome” através de setas, que indicam o caminho que segue a energia, ou seja, “do que para quem”.
A Cadeia alimentar é linear, simples e com transferência unidirecional de energia. A Teia alimentar é não linear, mais complexa, semelhante a uma "teia de aranha", com transferência de energia em várias direções.
Você saberia dizer qual dos exemplos abaixo representa uma CADEIA alimentar e qual representa uma TEIA alimentar?
Teia ou rede alimentar é um conjunto de cadeias alimentares interconectadas, geralmente representado como um diagrama das relações entre os diversos organismos de um ecossistema. As teias alimentares, em comparação com as cadeias, apresentam situações mais perto da realidade, onde cada organismo se alimenta em vários níveis hierárquicos diferentes e produz uma complexa teia de interações alimentares. Todas as cadeias alimentares começam com um único organismo produtor, mas uma teia alimentar pode ter vários produtores. A complexidade de teias alimentares limita o número de níveis hierárquicos, assim como na cadeia. É dividido em Níveis tróficos e também Produtor e consumidores.Teia ou rede alimentar é um conjunto de cadeias alimentares interconectadas, geralmente representado como um diagrama das relações entre os diversos organismos de um ecossistema. As teias alimentares, em comparação com as cadeias, apresentam situações mais perto da realidade, onde cada organismo se alimenta em vários níveis hierárquicos diferentes e produz uma complexa teia de interações alimentares. Todas as cadeias alimentares começam com um único organismo produtor, mas uma teia alimentar pode ter vários produtores. A complexidade de teias alimentares limita o número de níveis hierárquicos, assim como na cadeia. É dividido em Níveis tróficos e também Produtor e consumidores.

terça-feira, 15 de abril de 2008

DIVERSAS DOENÇAS

DIVERSAS DOENÇAS - doenças sempre foi um fato presente na espécie humana. Mas, a "vontade" da adaptação e dum maior tempo de vida fez os homens tentarem encontrar meios para curá-las.
As doenças sempre foram consideradas um sofrimento, mas doença não é só isso. Elas são uma luta do organismo contra as lesões sofridas, para tentar manter a homeostase.
Na Antigüidade, os espíritos malignos e demônios foram considerados causas de doenças. Dessa forma, o seu tratamento era feito por feiticeiros ou médicos-sacerdotes que utilizavam para tanto sangrias, drogas fortes, encantamentos, emplastros e até mesmo dolorosas flagelações. Todos esses métodos de "cura" eram causadores dum desgaste ou dum "estresse", que até poderiam ajudar na recuperação, pois o cérebro fica mais alerta e o organismo ativado; atuando de maneira inespecífica dando uma resposta difusa do corpo a uma situação agressiva constante ou muito forte. Mas há doenças que têm causa e tratamentos específicos, sendo, portanto menos válido.
A medicina psicossomática tem geralmente uma ação inespecífica, concentrada, razões pelas quais a psiquiatria, de cinco décadas para cá, passou a interessar-se por ela, por ter alta prevalência. Durante todo esse tempo, a concepção da unidade mente-corpo foi mantida, sendo psique a alma e soma o corpo.
HISTÓRIA E CONCEITOS ATUAIS DAS PERTURBAÇÕES PSICOSSOMÁTICAS

O inter-relacionamento da psique e da soma já era estudado pelos gregos. Representantes dos dois campos de estudo, soma e psique, concordou durante mais de um século que havia perturbações que envolviam aspectos somáticos e emocionais. O termo usado foi perturbações no lugar de doenças, pois o termo "doença" pressupõe causa específica, o que não ocorre com as perturbações psicossomáticas, como por Heiroth, quando ele referia-se à insônia, em 1818.
A expressão foi popularizada por Jacobi, psiquiatra alemão, e hoje a Associação Americana de Psiquiatria considera várias perturbações psicossomáticas, como:
asma
Dor de cabeça
obesidade
arritmia
Dor de cabeça por tensão
piloroespasmo
Artrite reumatóide
dor sacroilíaca
prurido anal
Asma brônquica
Edema angioneurótico
reações alérgicas
cardioespasmo
enxaqueca
Respiração asmática
Colite espástica
hiperinsulinismo
taquicardia
Colite mucosa
Hipertensão essencial
tuberculose
Colite ulcerativa
hipertireoidismo
Úlcera duodenal
Cólon irritável
hipoglicemia
Úlcera gástrica
Diabete mellitus
Menstruação dolorosa
urticária
Doença coronariana
náusea
verrugas
Doenças de pele
neurodermatite
vômitos
As perturbações psicossomáticas receberam mais ênfase quando percebeu-se que as respostas emocionais eram acompanhadas por manifestações fisiológicas. Durante muito tempo se pensava que havia apenas umas poucas condições psicossomáticas "puras", mas atualmente sustenta-se que a maioria das doenças, cerca de 90%, tem um componente psicossomático, podendo este ser a causa mais importante ou uma causa secundária.
O tratamento dessas perturbações deve combinar tratamento médico e psicológico, tratamento denominado psicomédico combinado, para ser realmente eficaz.
EXPLICAÇÕES PARA AS PERTURBAÇÕES PSICOSSOMÁTICAS
Foi sugerida a possibilidade de estados mentais perturbados traduzirem-se em atividade somática que proporciona uma base alterada da atividade subjacente, ramificando-se em uma quantidade de possíveis doenças.
Duas tendências se desenvolveram:

  1. Incorporação do estresse ao longo de caminhos específicos
    "Franz Alexander acreditava que na ocorrência de estímulo ou estresse específicos, estes expressar-se-iam na resposta específica de um órgão predeterminado. Referia-se ele ao alerta de luta e fuga do corpo contra o estresse." Acreditava que o conflito era um estresse e que o indivíduo poderia suprimi-lo e provocar reações, através do sistema nervoso autônomo. "Por outro lado, após a supressão do estresse a pessoa pode, manter suas respostas autônomas alertadas para a agressão ou fuga aumentadas ou suas respostas autônomas parassimpáticas retornadas para atividade vegetativa equilibrada. O alerta e tensão prolongados podem provocar perturbações fisiológicas e eventual patologia dos órgãos e vísceras". Pessoas diferentes desenvolvem patologias diferentes provocadas por essas perturbações fisiológicas.
    Essa tendência sofreu críticas, pois não considerou o papel do sistema nervoso voluntário na gênese das perturbações psicossomáticas, considerando conflitos inconscientes fixos como causas das perturbações. Além disso, admitia que certos conflitos ou estresses psicológicos tinham acompanhantes específicos, o que não foi experimentalmente comprovado. Mas, não foi possível até agora prever uma doença a partir de um conflito e vice-versa.
    Portanto, apesar da teoria de Alexander ser uma das linhas teóricas mais fortes no campo das perturbações psicossomáticas, ela baseia-se em hipóteses praticamente sem validação e em suposições questionáveis.
  2. Incorporação não-específica do estresse

    Defende a teoria de que a ansiedade generalizada cria pré-condições para uma quantidade de perturbações não necessariamente predeterminadas.
  • Parece que existem 4 tipos de reação ao estresse
  • Normal à alerta seguido por uma ação de defesa;
  • Neurótica à alerta gera ansiedade tão grande que a defesa se torna inútil
  • Psicótica à o alerta pode ser mal percebido ou é ignorado;
  • Psicossomática à há uma falha na defesa e o alerta é traduzido em sistemas somáticos provocando alterações nos tecidos do corpo.
    Essa tendência da medicina psicossomática irá investigar o que ocorre com um indivíduo, de modo não-específico, quando esse é confrontado com um estresse.
    Um dos pesquisadores mais ilustres desta tendência é Hans Selye. Ele acreditava que o eixo hipofise-adrenorcortical reage a vários tipos de estresse físico e psíquico com alterações hormonais que podem, finalmente, causar uma variedade de doenças orgânicas tais como artrite reumatóide e úlcera péptica. Selye via tais doenças como um subproduto da tentativa do corpo para adaptar-se a um estresse de qualquer origem.
    Entretanto, as perturbações psicossomáticas podem ter ação específica.

    FATORES SOCIAIS

    Há evidências de que a perturbação psicossomática é precedida por crises existenciais, havendo correlação entre a intensidade da crise e a duração e gravidade da perturbação. A crise classificada pelos sujeitos como a mais intensa foi a morte de um cônjuge. A duração de uma doença pode ser ainda relacionada com a atitude básica da pessoa em relação a estar doente.
    Toda humanidade está sujeita a sofrer alterações de corpo e de mente decorrentes de pressões, infecções e outros agentes de estresse. Mas, estas alterações que perturbam e alarmam primeiramente, podem adaptar-se num segundo momento. Se estas alterações não pudessem se adaptar, não teríamos a faculdade de desenvolver nossas atividades satisfatoriamente bem como não poderíamos resistir aos problemas da vida moderna. Os grandes centros urbanos apresentam problemas como a violência cada vez maior, competição entre profissionais e/ou amigos, a pressa das pessoas que não se dão ao direito do lazer e principalmente, a poluição sonora que diminui sorrateiramente a qualidade de vida dos indivíduos.

    OBJETIVO DO ESTUDO

    Visamos através desse estudo, um esclarecimento maior dos fatores relacionados com as perturbações psicossomáticas.
    As bases fisiológicas das doenças psicossomáticas
    O organismo humano é dotado de mecanismos próprios que lhe permitem manter as condições necessárias à sobrevivência estáticas ou constantes. Essa condição recebe o nome de homestasia. O hipotálamo e o sistema nervoso autônomo parassimpático são as principais estruturas que auxiliam na adaptação do organismo e na manutenção das condições homeostáticas. Mas, diante do agente estressor em situações ameaçadoras, como a exposição prolongada em um ambiente causador de tensão física ou psicológica, a reação vem através do sistema nervoso autônomo simpático e do endócrino, promovendo automaticamente no organismo reações diversas que vão contribuir para sua sobrevivência preparando-o para lutar ou fugir.
    O sitema nervoso simpático recebe estimulação tão logo o perigo se apresente. Alguns efeitos da sua ativação sobre o organismo são inibição do fluxo de saliva, constrição dos vasos periféricos, aumento da freqüência cardíaca com conseqüente irrigação dos músculos e do cérebro em detrimento da irrigação das vísceras, dilatação dos bronquíolos, inibição da contração da bexiga, dilatação pupilar etc. Há um aumento da atividade celular tanto a nível físico como mental para suprir o organismo de uma maior quantidade de energia.
    No caso de estresse físico, a função mais importante se dá em nível de restauração tecidual e no caso de estresse emocional se dá em nível de formação de novas sinapses e reestruturação de antigas no sentido de se compreender a nova situação. No entanto, essa compreensão não depende somente de estruturas cerebrais, mas inclui a subjetividade do indivíduo. A significação afetiva da situação tem grande influencia na reação do organismo diante de um agente estressor. Nesse sentido, as áreas límbicas participam da criação desse significado e possibilitam formular soluções e respostas que sejam adequadas ao momento.
    Normalmente, é o estresse físico que ativa o sistema nervoso simpático provocando essas reações, às quais deu-se o nome de reação simpática ao estresse. No entanto, estados emocionais também podem ativar o sistema nervoso simpático, como por exemplo, situações de raiva, que podem desencadear descarga simpática maciça e as reações acima citadas, e que recebem o nome de reação simpática de alarme. Reações fisiológicas idênticas foram registradas em situações reais que se acredita serem causadoras de estresse, como correr em alta velocidade, pular de grande altura, prestar exames etc. No entanto, a constância da reação varia de caso para caso.
    Excessiva secreção hormonal, principalmente de corticosteróides, pode gerar e agravar doenças como úlceras, hipertensão, doenças cardíacas etc. Segundo Selye, danos no coração, fígado, vasos sangüíneos, ossos e pele podem ocorrer por excessiva secreção de hormônios supra-renais e podem ser intensificados em situações de estresse. A medula da supra renal, em resposta à descarga simpática, secreta catecolaminas, noradrenalina (Nad), adrenalina (Ad) e outras, que são liberadas em situações emergenciais e de estresse e que prolongam os efeitos simpáticos através de sua ação no plasma sanguínea. As catecolaminas ativam a glicogenólise e a gliconeogênese hepática, inibindo a síntese de insulina e estimulando a síntese de glucagon.
    A descarga de corticosteróides é estimulada por um outro hormônio, o adrenocorticotrófico (ACTH), descarregado pela glândula pituitária ou hipófise que ativa o córtex adrenal, que secreta corticosteróides, sendo o mais importante deles os glicocorticóides. O cortisol é o componente mais importante dos glicocorticóides e seu efeito principal é aumentar a taxa de glicose sangüínea através de vários mecanismos, como a lise do glicogênio, dos lípides e das proteínas, provocando hiperglicemia, diabete por tornar a insulina inativa, osteoporose por destruir a matriz óssea etc. O cortisol também desencadeia processo antiinflamatório, evitando formação de cápsulas fibrosas em torno de agentes agressores, propiciando maior vulnerabilidade ao organismo.
    O hipotálamo é o centro controlador da descarga de ACTH na corrente sangüínea, sendo este inibido pelo aumento de cortisol plasmático numa ação de "feedback" negativo. O sistema límbico, no entanto, controla ou instrui o hipotálamo na descarga de ACTH, e parece ser ativado pela dor ou outras formas de estresse biológico, permitindo ao indivíduo viver estressado com altos níveis de cortisol, daí um grande desgaste. Estas atividades límbicas são mais provocadas por situações que envolvem novidades, imprevisibilidade, frustração do comportamento adequado etc.
    Síndrome da Adaptação Geral (SAG)
    Fases, características e o desencadeamento fisiológico
    A Síndrome de Adaptação Geral (SAG) constitui um conjunto de reações não específicas desencadeadas quando o organismo é exposto a um estímulo ameaçador à manutenção da homeostase. Segundo Selye (1959), essa manifestação constituiu-se de três fases:
    1 - Fase de Alarme - durante esta fase, que corresponde ao estresse agudo, a medula da supra renal secreta hormônios na corrente sangüínea, Ad e Nad, em conseqüência da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-supra renal, liberando ACTH , que se for muito intensa estimula a secreção de glicocorticóides pelo córtex da supra renal. Entretanto, antes que isto ocorra pode haver tendências ao equilíbrio pela ação de "feed-back" negativo do ACTH no hipotálamo. Parte dessa fase assemelha-se à Reação de Emergência de Cannon (Rodrigues, 1989, Pontes, 1987), desencadeadas pela descarga de catecolaminas e glicocorticóides. Há também estimulação do sistema autônomo simpático, podendo exaurir as catecolaminas e levar à fadiga em caso crônico.
  1. Fase de Resistência - essa fase corresponde ao estresse crônico e o principal gerador de respostas é a glândula adrenal, que secretos permanentemente os glicocorticóides. Há aumento da atividade do córtex da supra renal, com tendências de atrofia do baço, de estruturas linfáticas, leucocitose, diminuição de eosinófilos e ulcerações. Nessa fase a produção de respostas é mais localizada, ocorrendo reações às agressões, como perda de encapsulamento e inflamações.
  2. Caso o agente estressor permaneça, a fase também permanece, embora modificada, e o mecanismo de defesa pode falhar levando o indivíduo a entrar numa terceira fase.
  3. Fase de Exaustão - praticamente há um retorno à fase de alarme e as reações disseminam-se novamente, sendo que seu caráter inicial protetor pode ir além das necessidades causando efeitos indesejáveis, como doenças e até a morte. A reação psicossomática ao estresse pode ser considerada uma falha na defesa e o alerta é traduzido em sistemas somáticos provocando alterações nos tecidos do corpo.

    DISTÚRBIOS PSICOSSOMÁTICOS

    Algumas doenças de adaptação características são úlceras pépticas, crises de hemorróidas, problemas de pressão arterial, inflamações gastrintestinais, doenças renais, problemas dermatológicos, artrites reumáticas e reumatóide, alergias, alterações tireoideanas, perturbações sexuais, etc.

    Distúrbios Psicossexuais

    A função sexual no homem e na mulher depende de um estado de motivação sexual, ou estado de desejo. No ciclo de respostas sexuais completo, em ambos os sexos, existem quatro fases de respostas sexuais fisiológicas que podem ser englobadas em intumescência e detumescência, sendo em ordem de acontecimento, excitação, platô, orgasmo e resolução.
    Esse ciclo é mediado por um delicado inter-relacionamento entre o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático. A vaso congestão, que produz excitação sexual, é grandemente mediada pela descarga para simpática (colinérgica). Por outro lado, orgasmo é quase que inteiramente mediado pelo simpático. No entanto, a emissão do sêmen envolve uma combinação balanceada da estimulação de ambos os sistemas, simpáticos e parassimpático.
    Sabemos que diante de situações de estresse o organismo utiliza-se de todas as suas reservas energéticas disponíveis, que são direcionadas unicamente para a manutenção da vida, enquanto que o suprimento energético de atividades considerado secundárias no momento é negligenciado. O sistema nervoso simpático sobrepõe-se ao sistema nervoso parassimpático e o resultado é a vaso constrição sangüínea, que influencia diretamente a atividade sexual, pois diminui consideravelmente a irrigação dos órgãos genitais, a intumescência. O aumento da atividade da supra-renal também vai influenciar a atividade das glândulas sexuais, tornando-as menos ativas. A elevada produção de ACTH é priorizada em detrimento de hormônios menos urgentes, como os sexuais.
    Em casos de disfunções psicossexuais, o organismo não consegue acompanhar as mudanças psico-fisiológicas necessárias para o desempenho do ciclo de respostas sexuais completo e a inibição de uma ou mais fases vai caracterizar esse tipo de disfunção. As respostas podem ser inibidas por influências corticais, por hormônios, por mecanismos vasculares e podem ser acompanhadas de vários sentimentos. Geralmente, dimensões tanto subjetivas como objetivas são perturbadoras.
    Outros fatores psíquicos intervenientes incluem raiva do parceiro, medo das genitálias do parceiro ou intimidação, culpa seguida de experiência sexual proibida mas prazerosa, depressão, ansiedade, situações de vida estressantes, idade, ignorância de comportamentos sexuais normais, mitos sexuais, sentimentos de frustração, vergonha, tabus sexuais, sexo sob circunstância estressante, discussões freqüentes entre o casal etc.
    Sintomas somáticos normalmente acompanham os fatores psicológicos perturbadores, como dores de cabeça e queixas em relação a pelve, e podem juntamente com eles influenciar a tentativa de uma nova experiência sexual. Na maioria dos casos, fatores psicológicos estão intimamente ligados à disfunção.
  4. Perturbações Cardiovasculares e Respiratórias
    Friedman e Rosenman desenvolveram estudos ligando variáveis psicológicas causais e ocorrência de doença coronariana. Ele afirmava um padrão de comportamento, denominado tipo A, distingue pessoas propensas a esta doença tendo valor prognóstico para o seu desenvolvimento e suas complicações. O padrão de comportamento tipo A caracteriza-se por agressividade, competitividade, ambição, aspiração ao sucesso, inquietação, impaciência, dedicação ao trabalho, um senso subjetivo de urgência de tempo, aspereza na fala e nos gestos e tendência a hostilidade.
    Estudos têm demonstrado que homens que exibem esse padrão tendem a ter níveis plasmáticos de triglicérides e colesterol elevados, uma resposta hiperinsulinêmica à glicose, com tendência à diabete, e aumento da secreção diurna de noradrenalina. As pessoas de tipo A extremo apresentam um aumento no nível sérico de corticotropina, uma diminuição no nível sérico de hormônios de crescimento e coagulação acelerada. Homens jovens de tipo A, frente a tarefas cognitivas e perceptivo-motoras desafiadoras, apresentam resposta de batimento cardíaco e pressão sangüínea mais acentuada que as pessoas do tipo B, que não apresentam os comportamentos característicos do tipo A.
    Não há muitas dúvidas de que a doença coronariana tenha causa multifatorial e de que os fatores psicológicos e sociais representem um conjunto de variáveis causais responsáveis que interagem de maneira complexa e ainda desconhecida com fatores biológicos e químicos. Fatores psicológicos podem predispor e precipitar distúrbios de frequência e ritmo cardíaco. Influências emocionais são proeminentes nas arritmias mais comuns – taquicardia sinusal, taquicardia atrial paroxística e batimento ectópicos atriais e ventriculares e arritmias ventriculares, incluindo fibrilação ventricular, mediadas pelo aumento da atividade simpática. Arritmia cardíaca letal, fibrilação ou paralisia ventricular são causas possíveis de morte súbita em resposta a um estímulo emocional opressivo ou ao desespero.
    A ativação simultânea das respostas luta-fuga e conservação-afastamento podem provocar arritmias letais, especialmente em pessoas com doença coronariana.
    O estresse pode influenciar no surgimento de arteriosclerose, uma vez que, quando o nível de estresse é alto, há liberação de colesterol, o que pode levar ao "entupimento" de artérias.
    A hipertensão essencial ou idiopática, elevação da pressão sangüínea sistólica e/ou diastólica acima do limite arbitrariamente admitido – 160mmHg sistólico e 95mmHg diastólico, é uma perturbação da homeostase por múltiplas causas.
    Estudos fornecem considerável apoio ao papel de fatores psicossocias ou estresse no desenvolvimento de alguns tipos de hipertensão essencial. O aumento da atividade do sistema nervoso simpático e elevação da produção de renina estão entre os supostos mecanismos patogênicos mediadores. Interações complexas de fatores genéticos de aprendizagem, de personalidade, dietéticos, comportamentais e ambientais, conduzem à elevação patológica persistente da pressão sangüínea nos seres humanos.
    Perturbações Endócrinas
    Muitas síndromes associadas com disfunções endócrinas podem ser precipitadas por estresse emocional e podem ser confundidas com perturbações psicogênicas.
    A tireotoxicose, alterações bioquímicas e fisiológicas resultantes de um excesso crônico, endógeno ou exógeno, de hormônio tireóideo, pode ser precipitada por estresse emocional agudo ou choque. Essa doença algumas vezes desenvolve-se poucas horas após um medo extremo ou um trauma emocional.
    Parece claro que o estresse emocional tem participação na precipitação de diabetes ou no agravamento de seu curso. Além disso sofrer de diabetes constitui grande estresse psicológico podendo exceder aos mecanismo de adaptação e defesa do paciente.
    A síndrome da tensão pré-menstrual, uma variedade de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais que ocorrem em algumas mulheres durante os 4 ou 5 dias que antecedem o período menstrual, são agravadas por fatores psicológicos, sociais e biológicos.
    Doenças Reumáticas
    Essas doenças são tidas como conseqüência de reações inadequadas contra lesões relativamente inócuas. Quando as respostas do corpo são adequadas, a doença é suprimida sem qualquer intervenção do médico.
    A febre reumática e artrite reumatóide, por exemplo, são doenças inflamatórias características sendo que sua essência é a inflamação nas juntas, nas válvulas do coração e outros tecidos. Foi observado que tais doenças inflamatórias dependem de uma mobilização insuficiente do sistema de alarme do corpo. Neste caso, será descrito o efeito benéfico do estresse através de uma prática do conceito "terapia do estresse" em pacientes que sofrem de artrite reumatóide grave e que não respondiam ao tratamento que lhes era ministrado com drogas antiinflamatórias comuns. Avalia-se o efeito combinado de hormônios antiinflamatórios produzidos naturalmente e a ação condicionadora do estresse fariam efeito.
    Para ilustrar, citamos o exemplo de uma paciente de 44 anos, acamada e dada por inválida por uma intensa artrite reumatóide crônica. Para provocar o estresse, foi utilizado um processo modificado de choque por insulina e depois de uma série desses choques, ela conseguiu andar pela primeira vez em 3 anos. Médicos alemães atribuíram este êxito do processo a produção de uma reação de alarme, com uma descarga de ACTH e corticóides antiinflamatórios pelas glândulas endócrinas da própria paciente.
    Doenças Inflamatórias da Pele e dos Olhos
    Por funcionarem de forma muito semelhante ao estresse e aos hormônios de adaptação, serão tratadas conjuntamente. Trata-se aqui também, de inadaptações e reações desproporcionais a lesões cutâneas ou oculares. Já foi demonstrado que durante um período de grande estresse geral, as doenças predominantemente inflamatórias da pele e dos olhos tendem a melhorar.
    Porém se ante a situação de estresse o próprio organismo libera hormônios de adaptação, tais hormônios tem excesso de efeitos colaterais prejudiciais. Na verdade, às vezes é impossível ministrar uma dose suficiente de cortisona para curar uma doença inflamatória sem produzir efeitos colaterais prejudiciais conseqüentes de doses maciças. Porém, para minimizar ou eliminar tais efeitos no caso de doença de pele e olhos, a cortisona e colesterol podem ser aplicadas no local. Concluindo, no caso de doenças inflamatórias de pele e olhos o estresse pode ter um fator positivo.
    Depressão
    A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si.
    A pessoa depressiva apresenta sinais e sintomas tais como:
    Humor: triste, infeliz, melancólico, choro.
    Pensamento: pessimismo, idéias de culpa, auto depreciação, perda de interesse e motivação, decréscimo de eficiência e concentração.
    Comportamento e apresentação: negligência quanto à aparência pessoal, retardamento psicomotor, agitação.
    Comportamento suicida: idéias, ameaças, tentativas.
    Além dos sintomas psíquicos existem também os somáticos como perda de peso e apetite, constipação, distúrbios do sono, dores físicas, mudanças na menstruação e perda da libido. Esses sintomas apresentam grande variação tanto no que se refere ao tempo quanto no que se refere à intensidade.
    Alguns autores como Campbell (1953) sugerem que sintomas depressivos estão relacionados com o sistema nervoso autônomo (SNA). Porém é possível que os sintomas apresentados por essa disfunção sejam uma conseqüência e não causa primária da depressão.
    A depressão pode se originar tanto de fatores físicos como de psicológicos. Há evidências de pessoas com pré-disposição genética à depressão, influindo na personalidade. Eventos traumáticos na história de vida do indivíduo podem ser determinantes no surgimento da depressão.
    Situações estressantes somadas a uma pré-disposição podem levar o indivíduo a uma depressão reativa, que tem como características o sentimento forte de desânimo com intensidade e duração variáveis, geralmente como conseqüência de perda e desilusão.
    A falta de informação e o preconceito impedem as pessoas de procurarem ajuda nos estágios iniciais da depressão, ocorrendo esta busca somente quando a situação se torna insuportável.
    Alterações no metabolismo de cortisol, noradrenalina e outros hormônios podem estar envolvidas no processo depressivo. Alguns estudos evidenciam que existe uma correlação entre o aumento na produção de cortisol e o agravamento da depressão.
    Uma deficiência na produção de catecolamina também pode estar envolvida no processo de depressão, especialmente a norepinefrina. Situações de estresse prolongado podem causar a depressão devido ao trabalho aumentado da supra-renal que produz grande quantidade de noradrenalina, mas não consegue suprir a demanda. Nesse sentido as drogas antidepressivas são usadas, com o intuito de equilibrar a comunicação entre as células nervosas, disponibilizando mais neuro-transmissores para evitar o colapso de funções vitais.
    Tuberculose
    Sabe-se que o estresse predispõe à tuberculose, sendo uma necessidade desses pacientes enfrentarem longas curas de repouso a fim de recobrarem a resistência contra os bacilos de tuberculose.
    A análise do mecanismo de estresse facilitará a compreensão do processo. Aparentemente, os hormônios antiinflamatórios que são produzidos em excesso durante o estresse, removem as barreiras de proteção em torno do foco dos bacilos de tuberculose em conseqüência, um módulo de tuberculose pulmonar até então latente, começa a se alastrar perigosamente em virtude da redução das barreiras antiinflamatórias. Mesmo os saprófitos, micróbios que vivem em nossos pulmões, sistema gastrintestinal e em nossa pele sem nos causar mal, podem converter-se em perigosos produtores de doenças quando nossas doenças normais contra eles são reduzidas por hormônios anti-inflamatórios e, com poucas exceções, todo germe pode ser potencialmente perigoso para o homem. Sua capacidade de produzir doença depende da resistência do corpo.
    O que foi dito sobre o papel do estresse e dos hormônios de adaptação em relação à tuberculose aplica-se fundamentalmente aos outros tipos de infecção.
  5. Perturbações imunológicas
    Existem várias evidências demonstrando uma relação entre fatores psicossociais, funções imunológicas, saúde e doença. Parece que os processos psicossociais incluindo experiências anteriores, características de personalidade influem no sistema nervoso central, resultando na intensificação da supressão da defesa do organismo.
    O sistema endócrino é altamente sensível tanto às experiências de vida como ao estado psicológicos e tem efeito significativo sobre os processos imunológicos. Uma grande gama de fatores de tensão associados ao aparecimento de alterações emocionais dentro do organismo induz o estresse e como conseqüência nosso organismo terá menos capacidade de responder eficientemente aos fatores que podem afetar nosso equilíbrio.
    O aumento de secreção de cortisol devido ao estresse diminui a produção de linfócitos e atrofia o tecido linfóide.
  6. Doenças Mentais e Nervosas
    Sabemos que o desajustamento desempenha um importante papel no desenvolvimento das doenças mentais e nervosas. Muitos dizem: "este trabalho me deixa louco" ou "essa aula me dá dor de cabeça"; estas palavras possuem um real significado. Muitos tipos de dor de cabeça intensa ou colapso mental são na verdade causados por situações onde não estamos bem adaptados.
    A hereditariedade pode predispor certos tipos de doença mental, contudo em pessoas com uma estrutura hereditária favorável, o estresse do ajustamento à vida causa uma transição do sujeito normal ao ligeiramente alterado ou do ligeiramente alterado para o completamente insano. Inversamente pode ser também que o súbito estresse, terapia do choque, auxilie uma pessoa a superar o comportamento anormal.
  7. Doenças Digestivas
    O sistema gastrointestinal é muito sensível ao estresse geral. A perda de apetite é um dos primeiros sintomas e pode ser seguido de vômitos, diarréia e constipação. Sinais de irritação e perturbações dos órgãos digestivos podem ocorrer em qualquer tipo do estresse emocional.
    No vômito psicogenético, pode-se observar conflitos óbvios em relação à ingestão de comidas. Em adultos, o vômito psicogenético freqüentemente ocorre em pacientes que parecem relaxados e não desanimados. Tais pacientes percorrem uma escala de diagnóstico que varia desde psicóticos até pessoas essencialmente normais com episódios breves de vômito quando sob grande estresse. O vômito é um processo que, da mesma forma que a respiração, está no limite entre o controle voluntário e a regulação fisiológica automática.
    Em estudos psico fisiológicos sobre as úlceras duodenais verificaram efeitos do estresse ou ansiedade generalizados na atividade secretória gástrica e nas úlceras pépticas e o papel do conflito oral combinado com outros fatores de risco na produção de úlceras. A posição teórica geral afirma que ansiedade não-específica origina hipersecreção gástrica, que produz a úlcera através de mecanismos ainda desconhecidos. O estresse não-específico é causa no desenvolvimento de úlceras pépticas em zonas de guerra e em campos de concentração.
    Outras doenças intestinais como a colite ulcerativa, enterite regional, síndromes do cólon irritáveis possuem entre suas causas fatores psicológicos que influenciam no seu desenvolvimento.
  8. Câncer
    Sabemos, hoje em dia, que o câncer pode ser causado por substâncias cancerígenas, por predisposição genética, por irradiação e talvez até pela dieta. Porém, nenhum desses elementos, por si só, pode explicar porque algumas pessoas desenvolvem câncer e outras não. Por isto, acredita-se que o câncer possui causas externas também.
    Muito estudo tem sido feito no sentido se obter maior conhecimento sobre o câncer. Um deles foi feito com camundongos criados especialmente para a pesquisa devido à grande suscetibilidade dos mesmos à doença e levantou dúvidas em relação a teoria da predisposição genética, unicamente. Os camundongos foram divididos em dois grupos, sendo que um deles foi submetido a altos níveis de estresse e o outro, o grupo controle, foi mantido em um ambiente livre. Os resultados apresentaram-se muito interessantes e mostraram que 92% dos camundongos que foram submetidos a situações estressantes desenvolveram câncer, o que aconteceu com apenas 7% dos camundongos do grupo controle. Isso significa que a quantidade de estresse no ambiente tem um impacto significativo sobre o desenvolvimento da doença, apesar da predisposição genética dos camundongos ao câncer.
    Consideremos que as mudanças ligadas ao estresse ocorrem juntamente com o advento da industrialização, ou seja, juntamente com os benefícios da tecnologia, fatores geradores de doenças, devem fazer parte de nossa reflexão.
    Alguns pesquisadores sugerem que o desenvolvimento de certos tipos de câncer podem ter relação com a quantidade de gordura na alimentação. Pesquisas feitas no Japão, por exemplo, onde a dieta é feita à base de arroz e peixe, com baixos níveis de gordura, mostra uma menor incidência da doença entre as pessoas do que no caso dos europeus ou americanos, onde a dieta é rica em gorduras. Diferenças na alimentação foram utilizadas por esses pesquisadores como uma possível explicação para desenvolvimento do câncer. Porém, além da dieta, existem outros fatores que podem explicar a baixa incidência de câncer no Japão, como os fatores culturais, por exemplo, a cultura exerce grande influência no modo de vida, nas convicções e sentimentos das pessoas.
    Outros estudos mostraram estranhas descobertas comparando-se a incidência de câncer entre os esquizofrênicos internada catatônicos e paranóicos. Os indivíduos catatônicos fecham-se à qualquer tipo de contato com o mundo exterior isolando-se e protegendo-se dele e sua suscetibilidade em relação ao câncer é muito pequena. Já os esquizofrênicos paranóicos são extremamente sensíveis à qualquer tipo de contato com as pessoas que os cercam e a incidência de câncer entre eles é bem maior do que na população em geral. É interessante lembrar que a alimentação dos catatônicos e paranóicos é geralmente do mesmo tipo, pois em muitos casos eles moram ou ficam os dias todos em instituições.
    No entanto, nenhum destes resultados, por si só, pode oferecer explicação satisfatória sobre as causas do câncer. Qualquer explicação que seja deverá levar em conta uma das causas do câncer, a queda das defesas naturais do indivíduo contra as doenças.
    É interessante relatar a experiência do casal Simonton nos EUA, onde os pacientes foram submetidos a um tratamento psicossomático, que produziu uma remissão 30% maior do que nos outros hospitais só com tratamento alopático idêntico (Simonton et al, 1987)
  9. O sistema imunológico é uma defesa natural
    Um dos fatores mais importantes na saúde e na doença é a defesa natural do corpo humano. A maioria dos médicos aceita a "teoria de vigilância imunológica" para explicar o desenvolvimento do câncer. Segundo essa teoria, o organismo de todas as pessoas produz células anormais no corpo, de tempos em tempos, seja devido a fatores externos, seja por uma reprodução celular incorreta. Ao sistema imunológico cabe a tarefa de vigiar o aparecimento dessas células e destruí-las.
    Nesse sentido, para que haja o desenvolvimento do câncer, o sistema imunológico, de alguma maneira, deve encontrar-se inibido. Alguns fatores devem estar relacionados com essa falha, como fatores emocionais e mentais da saúde e da doença, existindo conexões significativas entre estados emocionais e doenças.
    Como sabemos, há uma forte relação entre níveis de estresse e doenças e se pode predizer as doenças baseando-se na quantidade de estresse a que as pessoas estão submetidas no seu dia-a-dia. Selye (1959), a partir da década de 20, foi responsável por vários estudos que demonstraram que as emoções podem causar doenças e estudos mais recentes corroboram suas pesquisas.
    Descobertas sugerem que efeitos do estresse emocional podem suprimir o sistema imunológico, o que abaixa as defesas contra o câncer e outras doenças. O estresse pode predispor uma pessoa a doenças, mas o modo como elas lidam com os acontecimentos, mesmo que eles sejam estressores, e a importância que a eles atribuem vão ser diferentes. Por exemplo, a perda de um emprego para uma pessoa de 20 anos será interpretada de maneira diferente de uma pessoa de 50 anos, e com certeza, essa perda será mais estressante para a pessoa de 50 anos.
    O estresse pode se acumular a tal ponto que uma pessoa não conseguirá mais lidar com os acontecimentos e então adoecerá. Holmes e Masuda reconheceram a importância da reação de uma pessoa diante do agente estressor ao analisarem as razões do estresse como conseqüência das doenças. Uma de suas explicações foi a de que a atividade de lidar com problemas faz com que a resistência a doenças diminua quando falta às pessoas, por exemplo, pertinência aos problemas a serem resolvidos. Se a energia é gasta na tentativa de lutar contra o ambiente problemático, pouca energia restará para a prevenção contra as doenças.
    As descobertas recentes levam a um retorno ao indivíduo
    Alguns temas, dentre os mais abordados nas pesquisas atuais são:
    elevados níveis de estresse emocional aumentam a suscetibilidade às doenças;
    o estresse crônico atua de modo a suprimir o sistema imunológico, que por sua vez gera maior suscetibilidade às doenças, entre elas, o câncer;
    o estresse emocional, além de suprimir o sistema imunológico também leva ao desequilíbrio emocional e pode vir a aumentar a produção de células anormais no momento em que o corpo não se encontra apto a destruí-las, podendo chegar a induzir até erro genético.
    Assim, mais uma vez, a ênfase é dada à maneira como as pessoas enfrentam os problemas. Pesquisadores podem prever maior suscetibilidade a doenças com base no número de fatores estressantes na vida de uma pessoa.
    No entanto, muitas pessoas que vivem sob grandes cargas de estresse não ficam doentes. Torna-se necessário, então, examinar a reação de cada uma delas diante do fator estressante. O próximo passo, e talvez o mais importante, deve ser dado no sentido de desvendar o tipo de reação que torna as pessoas mais suscetíveis ao desenvolvimento do câncer, já que todos nós aprendemos a lidar com fatores estressantes, seja de uma maneira ou de outra.
  10. Anorexia Nervosa
    A anorexia nervosa é caracterizada por limitações dietéticas auto-impostas, comportamento dirigido à perda de peso, padrões peculiares de utilização de alimentos, perda de peso, medo intenso de recuperar o peso, distúrbios na imagem corporal e, nas mulheres, amenorréia.
    As teorias psicológicas relativas às causas da anorexia nervosa têm-se focalizado principalmente nas fobias e nas formulações psicodinâmicas. Diversas situações comuns de estresse foram observadas um pouco antes do princípio da enfermidade.
  11. AÇÃO DA NICOTINA DO FUMO NO ORGANISMO
    O número de vítimas do tabaco nesta década poderá atingir 30 milhões de pessoas, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em cinqüenta ou cem anos, se a situação continuar como está, o fumo terá matado mais gente do que todas as guerras da história. Essas estimativas são incertas, porém o fato de que o cigarro vicia e faz mal à saúde é uma verdade incontestável.
    O uso persistente do tabaco e a aflição psicológica causada pela necessidade de seu uso repetido caracterizam a dependência do tabaco. Podendo esta ocorrer em um prazo entre 01(um) e 03(três) meses. Os reforços sociais influenciam o início do uso do tabaco. Quando o indivíduo começa o hábito de fumar, vários efeitos farmacológicos da nicotina, um alcalóide presente nas folhas do tabaco, provocarão a dependência em grande parte dos consumidores regulares.
    O ato físico da ação do fumar tem um efeito farmacológico a tal ponto que muitas pessoas se sentem confortáveis em situações de tensão quando executa ações tais como acender o fósforo, manusear o cigarro etc. Apesar das pessoas terem consciência de que o fumo faz mal à saúde, ele é tolerado pela sociedade uma vez que não provoca alterações mentais no fumante. Apesar disso, o vício do tabaco se implanta de modo semelhante ao das drogas ilegais.
    Sete segundos após a tragada, a nicotina, através da circulação sangüínea, chega ao cérebro, entrando em contado com as células nervosas, que irão atuar permitindo o seu reconhecimento. A partir daí, outras substâncias são liberadas transferindo o impulso nervoso de uma célula a outra. E delas para o sistema que controla a atividade de glândulas de secreção interna.
    A nicotina em altas concentrações favorece a atuação do sistema parassimpático, bloqueando o simpático, dando a sensação ao fumante de bem-estar. Seu uso contínuo fará com que o indivíduo habitue-se a esse bem-estar, entrando em desconforto quando as cargas regulares de nicotina são suspensas. A pessoa pode então ficar irritada, ansiosa, com insônia e pode até vomitar. Em casos mais graves a reação se caracteriza como crise de abstinência. O fumante deseja manter a concentração habitual de nicotina no sangue, capaz de garantir sensações consideradas por ele como agradáveis, mas essa é uma situação transitória, pois a nicotina se decompõe no organismo, em média, entre 20 e 30 minutos, quando o fumante sente a vontade de acender outro cigarro.
    Nicotina é a substância mais destacada na ação do fumo, pois é a principal causadora da dependência, pois atua diretamente sobre o sistema nervoso autônomo, embora existam outras substâncias igualmente maléficas, um total de 4720 já foi isolado em laboratório.
    A nicotina pode estimular os neurônios pós-ganglionares, do mesmo modo que a acetilcolina, pois as membranas neuronais possuem receptores colinérgicos-nicotínicos, mas ela não estimula diretamente os órgãos efetuadores autonômicos. A nicotina excita o SNA Simpático e Parassimpático simultaneamente. Pode causar vaso constrição simpática dos membros, mas também efeitos parassimpáticos paralelos como aumento da atividade gastrointestinal e, às vezes, diminuição da freqüência cardíaca. No entanto quando há antagonismos entre os sistemas autonômicos, predomina-se a ação simpática, cuja ação é maciça em um território bem mais amplo.
    A nicotina, quando em níveis baixos no organismo, estimula o SNA simpático, causando sensação de força e euforia no indivíduo. Já em níveis altos, a nicotina bloqueia mais o SNA simpático do que o Parassimpático, o que vai resultar em sensação agradável. Isto porque a estimulação simpática deve ter sido condicionada pela sua alta frequência de associação a fatores desagradáveis. Há vários problemas para o organismo como, por exemplo, a contradição entre a deficiência da circulação sangüínea em músculos, que são solicitados a maior esforço, podendo levar à gangrena.
    Assim, quando o indivíduo começa com o hábito de fumar, ele é submetido a situações de estresse que irão estimular a ação do simpático, causando sensações desagradáveis. Ele irá então ter uma tendência de fumar mais, já que a nicotina inibirá a ação do simpático proporcionando sensações agradáveis.
    Inicialmente, o indivíduo utiliza o cigarro como um excitante artificial. Porém, chega em um ponto, com altas doses de nicotina num indivíduo estressado, que o cigarro terá um papel de calmante artificial.
    REFLEXÕES FINAIS
    O estresse é uma palavra usada muito freqüentemente, porém, a maioria das pessoas não reconhece o estresse como ele realmente é. Em pequenas doses pode ser benéfico porque ativa o SNA simpático, que aumenta a atenção pelo alerta. Quando freqüente ou muito forte torna-se uma doença emocional visceral grave, um conjunto de sintomas que demonstra o estado de vulnerabilidade do organismo, de tal modo que o indivíduo pode desenvolver várias doenças, e mesmo que não termine em conseqüências tão sérias, reduz muita a qualidade de vida do ser humano.
    Alguns pesquisadores conscientes suspeitam há bastante tempo que é: a principal causa de mortalidade e não é captado pelas estatísticas. A causa martes é apontada por doenças específicas como infarto do miocárdio, hipertensão arterial, insuficiência respiratória, porém, subjacente a estas causas está o estresse.
    Diante das pressões do mundo moderno, os indivíduos são obrigados a conter suas emoções, submetendo-se a regras que não levam em conta sua capacidade de adaptação. As pessoas estão constantemente em estado de alerta, mas não conseguem diferenciar as situações em que precisam estar realmente em alerta e as situações em que podem ficar relaxadas.
    O desequilíbrio emocional está aumentando e as pessoas não percebem, e, se percebem não sabem o que fazer. Segundo Daniel Goleman (1995), "o objetivo é o equilíbrio e não a supressão das emoções: cada sentimento tem o seu objetivo e significado".
    Para simbolizar a situação atual, podemos utilizar uma metáfora utilizada pelo professor Fernando Pimentel de Souza, em que as pessoas diante das agressões se portam como "coelhos" ou como "leões". No início da vida secretamos mais noradrenalina, como o leão. À medida que o tempo passa, somos amansados e passamos a liberar mais adrenalina, como o coelho. O "leão" simboliza as pessoas que não têm um autocontrole, extremamente agressivas, e funcionam com predominância nora drenérgica. Já o "coelho" simboliza as apáticas e alienadas da situação opressora do dia-a-dia e fundamentalmente adrenérgicas. As pessoas não sabem, então, equilibrar sua vida em quando devem ser "leões" e quando devem ser "coelhos", sendo que a arte de viver se fundamenta na capacidade de situar harmonicamente os dois extremos, quando necessário, e restaurar o equilíbrio logo que possível, evitando as situações ameaçadoras.
    Assim, faz-se o desenvolvimento de uma "Inteligência Emocional" para que as pessoas tenham mais autocontrole, melhorando a qualidade de vida. Cabe aos médicos, psicólogos e profissionais afins, auxiliar na busca de meios que permitam aos homens uma melhor qualidade de vida, com alimentação básica adequada, sono tranqüilo, atividades de lazer e trabalho condizentes com suas afinidades, entre outros.
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Fonte : http://www.icb.ufmg.br

TETANO

TÉNANO - tétano (trismo) é uma doença causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani.
Os espasmos dos músculos dos maxilares recebem o nome de trismo. Se bem que seja cada vez menos freqüente nos países desenvolvidos, o tétano afeta indivíduos de muitas partes do mundo, em especial os que vivem nos países em vias de desenvolvimento. Os esporos do Clostridium tetani podem viver durante anos na terra e nas fezes dos animais. Uma vez que as bactérias do tétano penetram no organismo de uma pessoa, pode verificar-se uma infecção em feridas contaminadas, tanto superficiais como profundas. As pessoas com queimaduras ou feridas cirúrgicas, bem como aquelas que se injetam com drogas, correm um risco elevado de contrair o tétano. Depois do parto pode ocorrer uma infecção do útero da mulher e do cordão umbilical do recém--nascido (tétano neonatal). Enquanto crescem, as bactérias do tétano produzem uma toxina. É essa toxina, e não as bactérias, a causa dos sintomas da infecção.

Sintomas - os sintomas costumam aparecer entre 5 e 10 dias após a contaminação, mas por vezes surgem mesmo já aos 2 dias ou então tão tarde como aos 50. O sintoma mais freqüente é a rigidez dos maxilares. Outros sintomas incluem inquietação, dificuldade em engolir, irritabilidade, dor de cabeça, febre, dor de garganta, arrepios, espasmos musculares e rigidez da nuca, braços e pernas. À medida que a doença avança, o doente pode ter dificuldade em abrir a boca (trismo). Os espasmos dos músculos da face levam a uma expressão facial com um sorriso fixo e as sobrancelhas levantadas. A rigidez ou os espasmos nos músculos abdominais, do pescoço e das costas pode ocasionar uma postura característica, na qual a cabeça e os calcanhares se desloquem para trás e o corpo esteja curvado para frente. O espasmo dos esfinteres musculares pode causar obstinação e retenção de urina. Certos incómodos menores, como o ruído, uma corrente de ar ou o fato de a cama se mexer, podem desencadear espasmos musculares dolorosos e sudação profusa. Durante os espasmos em todo o corpo, o doente não consegue gritar, nem sequer falar, devido à rigidez dos músculos do tórax e ao espasmo da garganta. Esta situação impede também de respirar com normalidade e, como conseqüência, o indivíduo não recebe oxigênio suficiente e pode morrer por asfixia. Em regra não costuma haver febre. A respiração e os batimentos cardíacos aceleram-se e os reflexos podem estar exagerados. O tétano pode ainda limitar-se a um grupo de músculos em torno da ferida. Os espasmos próximos dela podem durar semanas.
Diagnóstico e prognóstico - o médico suspeita da presença de tétano quando uma pessoa que se feriu apresenta rigidez muscular ou um espasmo. Apesar de as bactérias Clostridium tetani se poderem, por vezes, cultivar a partir de uma amostra tirada da ferida, os resultados negativos não excluem o diagnóstico. O tétano tem um índice de mortalidade global de 50 %. O desenlace fatal é mais provável entre os muito jovens e os indivíduos de idade avançada, bem como entre as pessoas que se injetam com drogas. É de mau prognóstico o agravamento rápido da sintomatologia ou o atraso no tratamento.
Prevenção e tratamento - prevenir o tétano através de uma vacina é muito melhor do que tratá-lo uma vez que se tenha manifestado. Nas crianças pequenas, a vacina contra o tétano faz parte da série que inclui as vacinas contra a difteria e a tosse convulsa. Os adultos devem receber reforços da vacina antitetânica cada cinco ou dez anos. Uma pessoa que sofra um ferimento e tenha recebido uma dose de reforço nos últimos 5 anos não necessitará de voltar a vacinar-se. Contudo, se não recebeu essa dose nos últimos 5 anos, deverá receber uma o mais cedo possível após o ferimento. A pessoa que nunca tenha sido vacinada ou que nunca tenha recebido a série completa de vacinas deverá receber uma injeção de imunoglobulina antitetânica e a primeira das três doses de vacina mensais. O cuidado com a ferida inclui uma limpeza completa e imediata, especialmente nas feridas incisas profundas, dado que o pó e o tecido morto favorecem o crescimento das bactérias Clostridium tetani. Podem administrar-se antibióticos como penicilina ou tetraciclina, mas isso nunca poderá substituir a remoção cirúrgica do tecido lesado. A imunoglobulina antitetânica é administrada para neutralizar a toxina. Os antibióticos como a penicilina e a tetraciclina têm a função de evitar uma maior produção de toxina. Além disso, utilizam-se outros fármacos para sedar o doente, controlar possíveis convulsões e relaxar a musculatura.
O doente costuma ser hospitalizado num quarto sossegado. Os pacientes com infecções desde moderadas a graves devem receber ventilação mecânica. A alimentação é feita por via endovenosa ou através de uma sonda introduzida pelo nariz, chegando até ao estômago. É habitualmente necessário efetuar uma algaliação da bexiga urinária e uma evacuação do reto para eliminar os produtos residuais do organismo. O doente deve ser submetido a alterações posturais freqüentes na cama e é obrigado a tossir para evitar uma possível pneumonia. Para reduzir a dor administra-se codeína. Podem também administrar-se outros fármacos para controlar a tensão arterial e o ritmo cardíaco. Como a infecção do tétano não imuniza o organismo contra infecções subseqüentes, logo que o paciente recupere deverá receber a série integral de vacinas.

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segunda-feira, 14 de abril de 2008

COMUNIDADES

Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou intera(c) ções biológicas. Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. Algumas dessas interações se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmônicas ou positivas.
Outras formas de interações são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas.
Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou heterotípicas.
Sociedades - as sociedades são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizada de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os indivíduos componentes de uma sociedade, denominados sociais, se mantêm unidos graças aos estímulos recíprocos. São exemplos de sociedades as abelhas, algumas vespas os cupins e as formigas.
Na sociedade os indivíduos reúnem-se em grandes grupos nos quais existe um grau de hierarquia e divisão do trabalho, o que aumenta a eficiência do conjunto em termos de sobrevivência da espécie.
Colônia - uma colônia é o agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam um grau de interdependência e se mostram ligados uns aos outros, sendo impossível a vida quando isolados do conjunto, podendo ou não ocorrer divisão do trabalho.
São relações intra-específicas harmônicas, em que os indivíduos encontram-se associados e unidos por um substrato comum. Há pequeno grau de liberdade e profunda interdependência fisiológica. EX: As bactérias, que se instalam em um organismo. Sem essa associação, muitas bactérias não sobreviveriam.
Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos são iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são denominadas isomorfas. Como exemplo, podem ser citadas as colônias de corais (celenterados), de crustáceos do gênero Balanus (as cracas), de certos protozoários, bactérias, entre outros.
Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e funções distintas, ocorre uma divisão de trabalho. Essas colônias são denominadas heteromorfas. Um ótimo exemplo é o celenterado da espécie Physalia physalis, popularmente conhecida por “caravelas”. Elas formam colônias com indivíduos especializados na proteção e defesa (os dactilozóides), na reprodução (os gonozóides), na natação (os nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e na alimentação (os gastrozóides).

NICHO ECOLÓGICO

Nicho ecológico - é o modo de vida de cada espécie no seu habitat. Representa o conjunto de atividades que a espécie desempenha, incluindo relações alimentares, obtenção de abrigos e locais de reprodução, ou seja, como, onde e à custa de quem a espécie se alimenta, para quem serve de alimento, quando, como e onde busca abrigo, como e onde se reproduz. Numa comparação clássica, o habitat representa o "endereço" da espécie, e o nicho ecológico equivale à "profissão".
Por exemplo, nas savanas africanas, capim, zebras, leões e abutres ocupam o mesmo habitat, mas têm nichos ecológicos distintos.
O capim produz a matéria orgânica por meio da fotossíntese e serve de alimento às zebras, as quais são comidas por leões. Os restos são aproveitados por abutres.
Para entendermos a função de uma espécie na manutenção de equilíbrio de um ecossistema, vamos imaginá-lo sem ela. Sem leões, a quantidade de zebras aumentaria e haveria diminuição do capim. Com menos capim, a população de Zebras reduziria, assim como as populações de todos os seres vivos que dependem direta e indiretamente do capim
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CONSUMIDORES

A base de um ecossistema são os produtores que são os organismos capazes de fazer fotossíntese ou quimiossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos bioquímicos utilizando como matéria prima a água, gás carbônico e luz. Em ambientes afóticos (sem luz), também existem produtores, mas neste caso a fonte utilizada para a síntese de matéria orgânica não é luz mas a energia liberada nas reações químicas de oxidação efetuadas nas células (como por exemplo em reações de oxidação de compostos de enxofre). Este processo denominado quimiossíntese é realizado por muitas bactérias terrestres e aquáticas. Dentro de um ecossistema existem vários tipos de consumidores, que juntos formam uma cadeia alimentar, destacam-se:
Consumidores primários - são os animais que se alimentam dos produtores, ou seja, são as espécies herbívoras. Milhares de espécies presentes em terra ou na água, se adaptaram para consumir vegetais, sem dúvida a maior fonte de alimento do planeta. Os consumidores primários podem ser desde microscópicas larvas planctônicas, ou invertebrados bentônicos (de fundo) pastadores, até grandes mamíferos terrestres como a girafa e o elefante.
Consumidores secundários - são os animais que se alimentam dos herbívoros, a primeira categoria de animais carnívoros.
Consumidores terciários - são os grandes predadores como os tubarões, orcas e leões, os quais capturam grandes presas, sendo considerados os predadores de topo de cadeia. Tem como característica, normalmente, o grande tamanho e menores densidades populacionais.
Decompositores ou biorredutores - são os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, transformando-a em nutrientes minerais que se tornam novamente disponíveis no ambiente. Os decompositores, representados pelas bactérias e fungos, são o último elo da cadeia trófica, fechando o ciclo. A seqüência de organismos relacionados pela predação constitui uma cadeia alimentar, cuja estrutura é simples, unidirecional e não ramificada. VOLTAR P/ SEXTO ANO http://sextoconteudo.blogspot.com/